domingo, 3 de maio de 2009

DISLEXIA

UMA SÍNDROME AINDA POUCO CONHECIDA

A dislexia é um problema que, se não diagnosticada precocemente, pode acarretar sérias consequências na vida de uma criança. Veja neste artigo como pais e educadores podem identificar uma criança disléxica e providenciar tratamento adequado.

O QUE É DISLEXIA?

Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da população mundial é disléxica.
Ao contrário do que muitos pensam a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento pós diagnóstico mais efetivo, direcionado às particularidades de cada individuo ou resultados concretos.

PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DA DISLEXIA NAS COMPETÊNCIAS DE LEITURA E ESCRITA SÃO:

  • Atraso na aquisição das competências da leitura e escrita;
  • Dificuldades acentuadas ao nível do processamento e consciência fonológica;
  • Leitura silábica, decifratória, hesitante, sem ritmo, com bastantes correções e erros de antecipação;
  • Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar;
  • Confusão entre letras, silabas ou palavras com diferenças sutis de grafia ou de som (a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; m-n; v-u; f-v; ch-j; para-t; v-z;...);
  • Confusão entre letras, silabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço (b-d; d-p; b-q; d-q; n-u; a-e;...);
  • Inversões parciais ou totais de silabas ou palavras (ai-ia; per-pre; fla-fal; me-em; sal-las; pla-pal; ra-ar;...);
  • Substituição de palavras por outras de estrutura similar, porem com significado diferente (saltou-salvou; bicudo-cubido;...);
  • Adição ou omissão de sons, sílabas ou palavras (famosa-fama; casaco-casa; livro-livo; batata-bata;...);
  • Substituição de palavras inteiras por outras semanticamente vizinhas;
  • Problemas na compreensão semântica e na análise compreensiva de textos lidos;
  • Dificuldades em exprimir as suas idéias e pensamentos em palavras;
  • Ilegibilidade da escrita: letra rasurada, disforme e irregular, presença de muitos erros ortográficos e dificuldades ao nível da estruturação e sequenciação lógicas das ideias, surgindo estas desordenadas e sem nexo (também a nível verbal).
DIAGNÓSTICO

Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada. Uma equipe multidisciplinar, formada por psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros conforme o caso.
A equipe de profissionais verificará todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia.Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas ou adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com os constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são consequência, não causa da dislexia) e outros distúrbios de aprendizagem, como: o déficit de atenção, a hiperatividade (ambos podem ocorrer juntos – TDAH).

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